terça-feira, 20 de outubro de 2009

Retratos dum país surreal.

No mesmo dia em que a discussão em Aveiro sobre que fazer com o monstro herdado do Euro chega ao ponto de fazer noticia, pois já há quem defenda implodir a inutilidade, chega-nos a notícia de que os presidentes das federações portuguesa e espanhola de futebol apresentam a Joseph Blatter a candidatura ibérica a um Mundial de Futebol ao Mundial de 2018 ou 2022, mais esse paladino do desporto e aveirense, de nome Gilberto Madaíl fez mesmo estas declarações fantásticas à TSF “Eu disse que, em princípio, há três estádios fixos (Luz, Alvalade e Dragão), mas nós temos um estudo feito com mais dois cenários possíveis. Uma coisa é o orçamento para a candidatura, outra coisa são os investimentos que vão ou não ser necessários fazer. Nós temos cenários de haver um ou mais dois estádios em Portugal”….“Teria toda a vantagem incluir o Algarve, mas temos de ver o que é necessário para que aquele estádio passe a sua capacidade de 29 mil para 42 mil espectadores, para ver se vale a pena. Tem de haver uma ponderação local. Tem de se ver quais são os custos disso e quem é que paga. Isso é um problema que tem de ser discutido entre o Governo e a Câmara”.

Será isto um bocadinho de bom senso?! ou ecos da crise...???

Porque, nós temos sentido de humor....

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Prémio Nobel da Literatura - Herta Müller,


Herta Müller, que foi distinguida esta quinta-feira com o Prémio Nobel da Literatura, tem um estilo muito especial, tem uma prosa exacta, clara, o gosto dos suecos é assim, goste-se ou não.

um excerto:
a dália branca
«Nos dias escaldantes de Agosto, a mãe do carpinteiro tinha metido, com um balde, uma grande melancia dentro do poço, A água fez ondas à volta do balde. A água borbulhou em volta da casca verde. A água refrescou a melancia.
A mãe do carpinteiro foi com uma grande faca para a horta. O carreiro era um rego. A alface tinha espigado. As folhas estavam coladas com o leite branco que lhes corre nos pés. A mãe do carpinteiro levava a faca ao longo do rego. Onde a sebe começa e a horta acaba, florescia uma dália branca. A dália chegava-lhe ao ombro. A mãe do carpinteiro cheirou a dália. Cheirou prolongadamente as pétalas brancas. Aspirou a dália. Esfregou a testa e olhou para o pátio.
A mãe do carpinteiro tinha cortado a dália branca com a faca grande.
‘A melancia foi uma desculpa’, disse o carpinteiro depois do funeral. ‘A dália é que foi a perdição dela.’ E a vizinha do carpinteiro disse: ‘A dália era um rosto.’
‘Por este verão ter sido tão seco’, dizia a mulher do carpinteiro, ‘é que a dália estava cheia de pétalas brancas enroladas. Fez-se tão grande como nenhuma dália alguma vez podia ser. E como houve vento neste Verão, não se desfez’. Embora já não tivesse vida, não conseguiu murchar.’
‘Isto não se aguenta’ disse o carpinteiro, ‘ninguém consegue aguentar isto.’
Ninguém sabe o que a mãe do carpinteiro fez com a dália branca. Não levou a dália para casa. Não a pôs no quarto. A dália também não ficou caída na horta.
‘Ela veio da horta. Trazia a faca grande na mão’, disse o carpinteiro. ‘Nos olhos dela havia qualquer coisa da dália. A córnea estava seca.’
‘Pode ser que tenha esperado pela melancia’, disse o carpinteiro, ‘e entretanto tenha desfolhado a dália. Desfolhou-a com a mão. Não havia pétalas espalhadas pelo chão. Como se a horta fosse uma sala.’
‘Acho que’, disse o carpinteiro, ‘ela abriu um buraco na terra com a faca grande. Enterrou a dália.’
A mãe do carpinteiro tirou o balde do poço ao fim da tarde. Levou a melancia para a mesa da cozinha. Espetou a faca na casca verde. Com a faca na mão fez um círculo com o braço e cortou a melancia ao meio. A melancia rachou. Foi um estertor de agonia. No poço, sobre a mesa da cozinha e até cair aberta em duas metades, a melancia ainda estava viva.
A mãe do carpinteiro esbugalhou os olhos. Como tinha os olhos tão secos como a dália, não se abriram muito. O sumo escorria pela lâmina da faca. Os seus olhos pequenos olhavam com hostilidade a polpa vermelha. As pevides pretas pareciam os dentes dum pente encavalitados uns sobre os outros.
A mãe do capinteiro não cortou a melancia em talhadas. Pôs as duas metades da melancia à sua frente. Com a ponta da faca escavou a polpa vermelha. ‘Tinha os olhos mais gulosos que já se viram’, disse o carpinteiro.
O líquido vermelho escorrera pelo tampo da mesa da cozinha. Escorria-lhe dos cantos da boca. Pingava-lhe dos cotovelos. O sumo vermelho da melancia ficou colado ao chão.
‘Os dentes da minha mãe nunca foram tão brancos nem tão frios’, disse o carpinteiro. ‘Enquanto comia dizia: não olhes dessa maneira. não me olhes para a boca.’ E cospia as pevides pretas para a mesa.
‘Eu virei os olhos. Não saí da cozinha. Tive medo da melancia’, disse o carpinteiro. ‘Olhei para a rua pela janela. Vi passar um homem desconhecido. Ia apressado e falava sozinho. Ouvia pelas costas como a minha mãe escavava com a faca. Como mastigava. E como engolia. Mãe, disse eu sem a olhar, pára de comer.’
A mãe do carpinteiro levantara a mãe. «Gritou e eu olhei para ela por ter gritado tão alto’ disse o carpinteiro. ‘Ela ameaçou-me com a faca. Isto não é um verão e tu não és gente, gritou ela. Sinto uma pressão na testa. Tenho as tripas a arder. Isto é um verão que lança as chamas do fogo de muitos anos passados. Só a melancia é que me refresca.»

Herta Muller «o homem é um grande faisão sobre a terra»

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A pobreza do jornalismo em Portugal.

Que os jornalista são permeáveis, todos temos consciência disso, que alguns são mesmo tendenciosos também. Que desprezam o seu próprio código deontológico, chegando mesmo a publicar fontes dos colegas, bom sobre isso já muito se disse.
Venho aqui comentar uma noticia já com algum tempo mas que apareceu novamente em foque as alegadas 60.000 cópias que o Dr. Paulo Portas teria tirado justamente na noite que deixou o ministério. Esta não noticia veio publicada em vários jornais e foi novamente referenciada pelo demagogo Dr. Louçã. Ora analisemos os factos, para tirar 60.000 cópias seriam necessários pelo menos 3 dias, para uma só pessoa, pois o tempo médio de uma cópia irá dos 2 a 10 segundos dependendo do suporte físico do documento em que está o original, a alternativa seria um staff de 20 pessoas a tirar cópias, nenhuma das alternativas me parece verosímil. Uma outra questão como tirou o Dr Portas esta quantidade de cópias do ministério, recorreu á arte dos origamis e fez voar, as 120 resmas de papel do ministério para a sua residência, dobradinhos em cegonhas ou quaisquer outras aves. Srs Jornalistas um exercício simples pegar num contrato de 10 folhas e tirar cópias do mesmo aí na redacção bastava para verificar uma NÃO NOTICIA. Termino, dizendo que também há bom jornalismo em Portugal, profissionais que gastam tempo, trabalhando semanas a fio em reportagem, confrontando fontes, pesquisando, enfim trabalhando, sim trabalhado, há em Portugal felizmente ainda quem trabalhe e verifique a veracidade do que entrega na redacção.
Pensem nesta palavras…

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

Fernando Pessoa

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

O TRIUNFO DOS P.....


Neste Portugal em campanha ás vezes temos oportunidade de rever alguns clássicos, o clássico que me refiro é um célebre romance de George Orwell, O Triunfo dos Porcos conta a história de um grupo de animais de quinta que se revoltam com sucesso contra o seu cruel dono, apenas para serem escravizados de novo por Napoleão, um porco sem escrúpulos, cujo lema é "todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros." Esta máxima está a começar a ser usada ser parcimónia por estes senhores que nos governam. Segue a estória.
Ontem, a GNR “apanhou” dois monovolumes da campanha do PS em excesso de velocidade na A 1, perto de Coimbra. Isto não teria relevância se há três dias a mesma GNR não tivesse sido obrigada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (cujo presidente é Paulo Marques, nomeado pelo ministro socialista Rui Pereira) a devolver ao PS três viaturas que tinham sido retidas por terem “películas publicitárias ilegais coladas aos vidros”, além de ter de perdoar as multas (no valor de 1100 euros) então aplicadas, esta noticia passou rapidamente numa da TVs e não mais se ouviu falar no assunto. Agora realmente insólito foi o argumento usado pela ANSR, entidade dependente do Governo, não tivesse sido o de que "a defesa do exercício de liberdades" é mais importante que o Código da Estrada, que, como se sabe, é uma lei aplicável a todos os que circulam nas estradas portuguesas. Francamente “exercício de liberdades” não seria certamente possível exercer esta liberdade no cumprimento da lei…. ou apresentando-se como socialista está-se acima da lei?
Não haverá nenhum assessor que explique a esta malta que domina o Estado que o Estado deve ser … um Estado de Direito?
Aguardo mais desenvolvimento ou uma explicação do porquê de mais este tratamento distinto dos outros cidadãos, ou todos os cidadãos são iguais, mas os socialista em campanha são mais iguais que os outros?

sábado, 5 de setembro de 2009

Juntos, Faremos Melhor… Este Blog apoia os Independentes pelo Concelho de Abrantes

Caros,

Tantas vezes ouvimos os queixumes uns dos outros sobre o modo como é gerido a causa pública, … cansado de ficar apático e porque há valores e dinâmicas que têm forçosamente que ser apoiadas este blogger vem aqui neste espaço que criou deixar o seu apoio á candidatura do movimento de cidadãos “Independentes pelo Concelho de Abrantes”. Um projecto que procura trazer um Novo Ciclo ao concelho de Abrantes, juntando pessoas de diferentes sensibilidades politicas mas com ideal comum, citando o próprio Albano Santos “ juntar pessoas Competentes e de Palavra, que se envolvem apenas com o espírito de missão e de trabalho pela nossa Comunidade”. A candidatura “Independentes pelo Concelho de Abrantes”, propõem-se trazer a Abrantes um Novo Ciclo, Novas Pessoas, Novos Projectos, Novas Ideias.

Juntos, Faremos Melhor….

Sé lo que hicieron este verano…..

Na sequência da demissão em bloco da Direcção de Informação o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, pediu à administração da TVI para dar uma "explicação cabal da decisão" de suspender o Jornal de Sexta, apresentado por Manuela Moura Guedes e desafiou também a estação a "publicitar já" quaisquer informações que tenham a ver com o PS. O ministro dos assuntos parlamentares sabe que a PRISA, não faz favores ao PS com ou sem (OE), recordamos um episódio relatado no El Mundo, em que “por supuesto” uma emissora pertencente ao Grupo Prisa, a emissora “Los 40 principales” apelava ao voto no PSOE no dia do acto eleitoral. A “difusión de cuñas publicitarias” foi denunciada pelo PP, tendo sido justificada pela emissora como "error informático, absolutamente involuntario".

A mudança na TVI pode ser justificada, como um acto de gestão, no entanto o “timming”, não abona a favor da isenção …. Se é CENSURA não sei no entanto cito o nosso PM “Sei o que fizeste no verão passado…”

Link para a noticia do El Mundo: http://www.elmundo.es/elmundo/2009/06/26/espana/1246034225.html

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Socrates e o Complexo de Deus...

Ontem tive oportunidade de ver o nosso PM em mais um debate, o José Sócrates de hoje nada tem a ver com o José Sócrates dos tempos da oposição, recordei então um Sócrates bem diferente, mas qual a causa desta metamorfose,?? primeiramente cuidei que a origem fosse um qualquer virus H1N#, pois estes vírus teimam em aparece de quando em vez, anunciam-se pandemias, provoca-se o pânico na população e no final congratulam-se os responsáveis da saúde por nos terem salvo de uma morte certa. Bom, excluída a virose, admiti que a causa destes 2 Sócrates tão diferentes só poderia ser do foro psíquico, poderei então sobre qual a maleita que atinge o PM deste país, depressa percebi o PM de Portugal só pode sofrer do Complexo de Deus, ora reflicta-mos o PM demonstra todos os sintomas clássicos, acha que está acima de qualquer lei, acima de qualquer sentimento e dentro dos pensamentos alheios, cuida ser aquilo em que todos estão pensando, se a terra gira em torno do sol, os humanos tem de girar em torno dele. O Complexo de Deus não vem apenas com arrogância que é quase imagem de marca de Sócrates, mas também com desprezo por qualquer ideia alheia que não possa ser roubada em sigilo, sem parecer oportunismo. O pacote completo inclui uma incapacidade extraordinária para ouvir e debater, e mesmo que o sujeito não admita (na verdade é bem certo que ele negue), é uma incapacidade semelhante á cegueira. Quem sofre de Complexo de Deus odeia-se a si mesmo (e aos outros por tabela), como se soubesse o quanto desagradável é sua presença e quisesse poupar a todos, mas na verdade ele só é triste e sozinho, inseguro... então veste essa máscara de todo-poderoso e caminha altivo por aí, procurando funcionários, filhos, colegas, e transeuntes de qualquer espécie para impor seu desejo, falar de si mesmo e, é claro, infernizar a vida de todos.
Não desesperemos há cura para esta maleita, actue profilaticamente e no próximo dia 27 de Setembro NÃO VOTE PS é a única forma de ajudar José Sócrates, antes que seja tarde de mais, para ele e para todos nós. Ajude José Sócrates e ajude Portugal, VOTANDO MMS, porque para grandes males, grandes remédios.

Não acredita veja o vídeo e diga-me se estou enganado….

Video em: http://31daarmada.blogs.sapo.pt/

domingo, 30 de agosto de 2009

Um bicho chamado “CENTRÃO”!!?

Estou farto deste celeuma causado pelo “CENTRÃO”, um fantasma do passado ou uma profecia prestes a tornar-se realidade… O “CENTRÃO” anda por aí, os lideres partidários dos dois maiores partidos todos os dias trocam farpas entre sí, criticando-se mutuamente pelos pecados cometidos contra PORTUGAL nos últimos anos, no entanto não há dia que passe que um socialista não venha com elogios ao PSD e não há jornal em que um social-democrata não aproveite para um piscar de olhos ao PS.
Parece estarmos perante arrufos de namorados ou coisa parecida, mas não tenho para mim que estes episódios nada tem de espontâneo ou de pessoal, tem tudo de racional, pensado e preparado.
A verdade é que o “CENTRÃO” percebeu que estas eleições podem ser o inicio de um rearranjo partidário que interessa ao país mas não interessa a nenhum dos partidos. Quer o PS quer o PSD sabem que as próximas eleições, não auguram nada de bom para ambos. A abstenção tem vindo infelizmente a aumentar, o país, ao contrário do que nos querem fazer crer, está num beco quase sem saída, e tudo isto não tem solução sem rupturas.
Ora, na óptica destes senhores, a melhor forma de tratar as possíveis rupturas é controlá-las, principalmente quando se adivinha uma avalanche. Ante os nossos olhos está a preparar-se um governo “CENTRAL”, estão a dizer-nos que não há maiorias absolutas e, pior, não há soluções governativas em coligação.
Acham que Pina Moura, Ângelo Correia, Paula Teixeira Pinto, João de Deus Pinheiro é isso que querem?
O que aconteceria se os portugueses já nas próximas eleições, permitissem uma solução governativa que exclui-se um governo “CENTRAL”, como iriam estes partidos reagir.
À que pensar nisto, não há lugar para resignação, cabe a nós decidir, na hora de votar, se queremos mais do mesmo, ou a mudança.
É tempo de virar mais uma página negra da história de Portugal: a da corrupção, do embuste, da dependência e do atraso.
É tempo de termos progresso, riqueza e justiça social.
É tempo de MUDAR PORTUGAL.
É tempo de votar MMS.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

No meio de tantos partidos qual é o que melhor nos representará?

No meio de tantos partidos, as dúvidas surgem, no meu caso eis a resposta.


Dê você mesmo uma olhada, talvez fique surpreendido com o resultado...

A resposta pode estar na Bússola Eleitoral que foi criada em Portugal depois do sucesso que foi, nas Eleições Europeias, o EUProfiler.

O Link está mesmo ao lado, ... se for mais ousado experimente um outro link... espero que encontre o que procura....

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

VIVAM AS ELEIÇÕES


Duas câmaras o mesmo modus operandi, obras e promessas em ano de eleições.

Recentemente ao “surfar” no site do Município de Abrantes, vi em destaque a seguinte noticia “Abrantes acolhe primeira fábrica integradora na área fotovoltaica do país. Investimento de 850 M€ cria 1.800 postos de trabalho “, bom o número abismal 850 milhões de euros, chamou logo a minha atenção, tal investimento a ser sério e a ocorrer colocaria Abrantes no centro não só da atenção mediática, como do Ministério da Economia, já imagino até as romarias de ministros e secretários de estado de braços abertos para acolher este projecto, no entanto veio-me á memória um outro anúncio semelhante estávamos em 2008 e anunciou-se então também milhões de investimentos com origem no Japão tendo o município recebido uma delegação japonesa, não recordo com exactidão mas penso que inclusive chegou a deslocar-se uma delegação do município ao Japão, também então foram feitas deliberações, mas investimento até data zero… Felizmente, já estou imunizado e estas euforias lamentavelmente já nada me dizem.

Aqui perto em Gavião, um outro anuncio este mais credível, pois trata-se de um concurso público que vai avançar, pena é realmente o “timing”. Mais de três anos após a compra da fábrica IFAL, o município avança finalmente com o concurso para o Loteamento Industrial de Castelo Cernado – Comenda, desconheço se tempo que dista entre a aquisição do terreno e arranque do concurso se deve à “qualidade do projecto” ou à proximidade de eleições, o facto é que esta obra é não só necessária como essencial, alvitro até que esta obra possa servir para um centro de germinação de empresas, todos sabemos como o Gavião bem precisa…. Investimento qualitativo sim, só é pena que só ocorra quando há eleições à porta…… por vezes dá ideia que só se governa para a foto.

Segue o link acaso haja interessados.
Loteamento Industrial de Castelo Cernado - Comenda – Gavião
Para a obra em questão proceder-se-á
à execução de: Movimento de terras Abastecimento de águas Águas Residuais, ITED, Rede de Gás Arranjos exteriores - 16/07/2009
Encontra-se disponível para consulta e aquisição no sitio http://www.portalcpna.portalegredigital.pt bem como na Divisão de Obras e Serviços Urbanos da Câmara Municipal de Gavião.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

CONTENTORES - Negócio APL/LISCONT

O negócio dos contentores entre a Administração do Porto de Lisboa e a LISCONT vista pelo Tribunal de Contas, a natureza do negócio está descrita nas conclusões, consequências até agora "0", zero, nada, o que se passou com mais este "arranjinho" é a prova de que este país está a saque.
Assim, transcrevo as conclusões do Tribunal de Contas ao negócio citado "...Em conclusão, o Tribunal não pode deixar de relevar que este contrato de concessão, celebrado pela APL, não consubstancia nem um bom negócio, nem um bom exemplo, para o Sector Público, em termos de boa gestão financeira e de adequada protecção dos interesses financeiros públicos, atentas as seguintes principais razões:

- (...) porque se trata de um contrato renegociado em regime de ajuste directo (...);
- (...) porque o contrato foi renegociado sem a fixação prévia, (...) de critérios objectivos e rigorosos de value for money, o que originou (...) perda de valor não só em relação ao contrato anterior, como, igualmente, no que toca às condições iniciais estabelecidas no Memorando de Entendimento;
- (...) porque, estando em causa uma PPP, o contrato (...) se mostra desequilibrado quer no tocante à partilha de risco, pela elevada exposição que confere ao concedente naquele domínio, quer, igualmente, pela expectativa de remuneração accionista de quase 14% que consentiu, objectivamente desproporcionada ao grau de risco incorrido pela concessionária, no projecto.
- (...) porque o contrato (...) [não teve] uma análise, nem (...) avaliação quantitativa dos riscos (...) em especial, os relativos às cláusulas de reequilíbrio financeiro introduzidas (...)
- (...) porque a oportunidade da celebração deste contrato, face à conjuntura económica e financeira já visível quando ele foi finalizado e assinado, é objectivamente questionável, (...) [acabando] por comprometer o concedente público por mais 27 anos. "

OS PARTIDOS SÃO RESPONSÁVEIS PELOS CRIMES DOS SEUS DIRIGENTES?

Um caso raro de critica vinda de alguém de dentro dum partido, a critica que faz é no entanto transversal a todos os partidos (ditos) do “sistema”. Por me parecer único pela sua raridade e discernimento transcrevo este artigo de José Pacheco Pereira, publicado in Público de 11 de Julho de 2009.
«OS PARTIDOS SÃO RESPONSÁVEIS PELOS CRIMES DOS SEUS DIRIGENTES?
Sucedem-se os casos de polícia envolvendo personalidades que se tornaram conhecidas por via da política, em particular nos dois grandes partidos, PS e PSD, e num mais pequeno, o CDS. O PCP e o BE parecem até agora à margem dos casos com maior escândalo público. No conflito político, os partidos, umas vezes directamente, outras vezes de forma mais sub-reptícia, usam esses casos para se acusarem mutuamente de responsabilidade no que aconteceu. O caso mais estrondoso desse tipo de acusação, muito mais do que insinuação, foi a história da "roubalheira" que Vital Moreira quis usar na campanha eleitoral. O comportamento de Vital Moreira não teve efeitos eleitorais, mas não é claro até que ponto essa acusação engrossa outras do mesmo teor, numa mesma percepção pública de que os "políticos são ladrões", percepção essa que, acima de tudo em tempos de crise, ganha foros de uma evidência incontestável.

Não me interessa aqui discutir se as acusações e suspeitas são ou não são verdadeiras, são ou não são provadas, nem apagar a presunção da inocência, que não está em causa no que digo. O que me interessa é saber se, nestes casos de polícia, envolvendo políticos do topo, caso venham a dar origem a condenações em tribunal ou revelem comportamentos eticamente inaceitáveis, se tem ou não tem sentido considerar comprometidos, logo também responsáveis, os partidos políticos. Saber se, por hipótese, todos os políticos de que se fala no caso Freeport, BPN ou do edífício dos CTT em Coimbra fossem culpados, que parte da culpa sobraria para os partidos políticos. Poder-se-ia atacar o PS pelo caso Freeport, o PSD pelo caso BPN ou dos CTT, o CDS pelos sobreiros e pelos submarinos?

A minha resposta é sim, os partidos políticos individual e colectivamente têm responsabilidade naquilo que de ilegal fazem alguns dos seus altos dirigentes, em particular nos crimes que envolvem o exercício do poder, ou a influência adquirida pelo poder, porque não criaram no seu seio uma cultura de intransigência face a estes crimes, principalmente com todas as formas de tráfico de influência e corrupção, e convivem sem dificuldades com práticas que dão origem a verdadeiras carreiras que desembocam no crime.

No actual estado de degradação das estruturas partidárias, em que a militância desinteressada e a adesão político-ideológica é quase irrelevante em relação à carreira aparelhística, os partidos no seu interior são verdadeiras escolas de tráfico de influência, de práticas pouco democráticas como os sindicatos de voto, de caciquismo, de fraudes eleitorais, de corrupção. É duro de se dizer, mas é verdade e nessa verdade paga o justo pelo pecador.
Um jovem que chegue hoje a um partido político por via das "jotas" entra numa secção encontra imediatamente um mundo de conflitos internos em que as partes o vão tentar arregimentar. Ele pode esperar vir para fazer política, mas vai imediatamente para um contínuo e duro confronto entre uma ou outra lista para delegados a um congresso, para a presidência de uma secção, para uma assembleia distrital, em que os que já lá estão coleccionaram uma soma de ódios. Ele entra para um mundo de confrontação pelos lugares, que se torna imediatamente obsessivo. Não se fala doutra coisa, não se faz outra coisa do que procurar "protagonismo" e "espaço político".


Se se deixa levar, ou pior, se tem apetência para este tipo de vida, passa a ter uma sucessão de reuniões e começa a pertencer a uma qualquer tribo, herdando os conflitos dos dirigentes dessa tribo e participando do tradeoff de lugares e promessas e expectativas de carreira. Não lhe custa muito perceber que neste meio circulam várias possibilidades de ter funções cujo estatuto, salário e poder são muito maiores e com menos dificuldades do que se tiver que competir no mercado do trabalho, e tiver que melhorar as suas qualificações com estudos e cursos mais árduos. Por via partidária, ele acede à possibilidade de ser muita coisa, presidente de junta, assessor, entrar para uma empresa municipalizada, ir para os lugares do Estado que as estruturas partidárias consideram "seus" como sejam as administrações regionais de saúde, escolares, da segurança social. E por aí acima.

Veja-se uma biografia típica de aparelho partidário. Nascimento num meio rural, frequência de curso, abandono do curso "por funções políticas", nalguns casos terminado depois numa instituição de ensino superior privada sem grande reputação de exigência. Típica profissão, por exemplo, "consultor jurídico". Pouco depois de chegar às "jotas" já é chefe de projectos num programa público, por nomeação de um secretário de Estado da juventude (o delegado das "jotas" no governo), adjunto numa câmara municipal, depois vereador . Como vereador dirige-se para os lugares de grande confiança política, urbanismo, candidaturas a fundos europeus, contratos-programa. Depois acumula com as empresas municipalizadas. Está a caminho de ser deputado, e eventualmente secretário de Estado numa área em que também é necessário a máxima confiança partidária, juventude, segurança social, comunidades. Ele sabe o que tem que fazer: gerir lealdades e obediências, empregar membros do partido em funções de chefia, subsidiar aquela instituição de solidariedade nacional "das nossas", "ajudar" o partido na terra X ou Y, a começar por aquela de onde vem.
Tudo isto ainda na faixa dos vinte, trinta anos. O grosso da sua actividade têm a ver com um contínuo entre o poder no partido e o poder na câmara municipal, ou no governo, um alimentando o outro. Com a ascensão na carreira, tornou-se ele próprio um chefe de tribo. Pode empregar, fazer favores, patrocinar negócios, e inicia-se quase sempre aqui no financiamento partidário e no perigoso jogo de influências que ele move. Como dirigente partidário ele é o chefe de um grupo que dele depende e que o apoia ou ataca em função dos resultados que tiver, em apoios, prebendas, lugares, empregos, oportunidades de negócios. Começa a enriquecer, a mudar o seu trem de vida. Já há muito que se habituou a ter carro, telemóvel, almoços pagos ou na função ou pela estrutura do partido que lhe dá um cartão de crédito para "trabalho político". Paga do seu bolso muito pouca coisa e conhece todas as formas de viver gratuitamente. Um amigo empreiteiro arranja-lhe uma casa a preço mais barato.

O seu prestígio social é nulo, mas o seu poder partidário cada vez maior. Entra nos combates partidários a favor dos seus e aliando-se com outros que considera de confiança, ou seja gente com o mesmo perfil. Como sabe que o seu "protagonismo" vem do seu poder interno, é a esse poder que dá a máxima atenção. Distribui favores e quem quiser um favor tem que falar com ele no seu território. É ele que interpreta as "bases", logo é ele quem deve escolher os deputados e qualquer nomeação governamental na sua área de influência tem que ter o seu beneplácito. Se a sua ascensão o leva ao topo do poder partidário, já não convive apenas com o empreiteiro local, mas com banqueiros, advogados de negócios e embaixadores. E os negócios em que entra são cada vez maiores.

O seu sentimento de impunidade é já total. Até um dia. E é nessa altura que alguns, muito, muito poucos, caem de um dia para o outro, embora ainda menos sejam condenados. E alguns deles, os mais populistas, ainda conseguem voltar a eleger-se, mantendo os mecanismos do seu poder. A justiça conta pouco, mas, de vez em quando, há um acidente de percurso.

É exactamente porque os partidos políticos, a começar pelas suas direcções, pouco fazem para evitar este tipo de carreiras, ou porque não querem complicações (e esta gente é capaz de gerar enormes complicações) ou porque não podem (sentem-se impotentes e não tem nos partidos forças endógenas para a mudança profunda que é necessária), que têm responsabilidade nos crimes que se possam cometer no seu topo. Já não me refiro à sua base ou às estruturas intermédias, mas no seu topo. E assim é que se degrada a democracia."

domingo, 26 de julho de 2009

O país perdeu a inteligência e a consciência moral

Foi escrito hà 138 anos, mas poderia ter sido ontem, parece-me mais actual que nunca!
“O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!”

Isto foi escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número d'As Farpas.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O ataque à crise é um ataque racional?

O ataque à crise é um ataque racional?, será que o investimento anunciado irá resolver a crise?
Que o mundo está em crise é um facto, que Portugal enfrenta uma crise estrutural não será certamente novidade, das medidas anunciadas vai resultar uma melhoria, na minha opinião pessoal não.
Ouvimos ministros e demais políticos clamar que Portugal tem de estar na vanguarda dos transportes ferroviários para que com este simples argumento possam adjudicar obras a empreiteiros que por sua vez pagarão com um efeito “tipo penso rápido” na economia criando postos de trabalho que no pós-obra se transformam em novo desemprego. Desconheço mesmo se para além das ligações urbanas exista em Portugal tradição na utilização dos transportes ferroviários que justifique um investimento de mais 4,5 mil milhões de euros só para ligar Lisboa ao Porto (excluindo as famigeradas “derrapagens”), quando paralelamente este “des”governo se propõe construir uma nova auto-estrada, certamente concessionada, vou excluir das minhas considerações o que penso ser um desnorte total, pois por principio qualquer pais racional ou opta pela ferrovia ou pela rodovia, só realmente um pais abonado como o nosso é que se pode permitir a estes despautérios. À minha memoria vem um outro “projecto estratégico” o Euro 2004 onde investimos o dinheiro que não tínhamos para construir estádios que do lote inicial um deles esteve 5 anos nas divisões secundárias (que são conhecidíssimas pelo elevado público na assistência aos jogos) e outros tais como Coimbra, Leiria, Aveiro (este que faz inclusive casamentos para dar uso ao espaço de tão subaproveitado que está) e agora mais recentemente Boavista andam entre a segunda e a primeira divisão. Feitas as contas o pais ganhou bastante com o Euro 2004, não restam duvidas quanto a isso e julgo que os portugueses anseiam para que com o TGV se passe algo semelhante. Eu não sou, por princípio, contra o investimento na ferrovia, mas veria efectivamente com melhores olhos um investimento ao nível da ferrovia de mercadorias por exemplo, potenciando a utilização dos nossos portos e optimizando assim a nossa localização geográfica como a porta natural para a entrada na Europa, cujas únicas entidades a utilizar são aquelas ligadas a negócios paralelos (quase todos os dias lemos noticias de apreensão de droga dentro das nossa fronteiras, cujo destino último é a Europa, naturalmente). Viria certamente com melhores olhos um investimento ao nível da beneficiação das linhas que ligam o litoral ao interior, ou na substituição das infraestruturas de abastecimento de águas cujas perdas se estimam entre 6 a 10 milhões de euros anuais não seriam estes investimentos virtuosos, mas pouco mediáticos mais necessários? .
Se queremos crescer e ser competitivos, na minha opinião temos de investir nas áreas certas como na Educação, na Justiça, controle da Despesa Pública, na politica fiscal.
Como é possível que alguém queira investir num pais onde a educação é a um lástima? Onde os professores não aceitam os modelos de avaliação e os alunos em algumas escolas "passeiam-se" por lá só para ver qual a marca de telemóvel que está na moda e o toque “fashion” ou “bue da fixe” ?
Qual é a empresa que se pode dar ao luxo de ter um incobrável que demore mais de 2 anos para conseguir uma decisão judicial e quando esta ocorre a possibilidade de receber é igual a ganhar o euromilhões, ficando ainda com o ónus das despesas judiciais que ainda recentemente foram aumentadas?
Como queremos que alguém invista num pais onde a despesa pública cresce e cujos números são quase sempre ocultos através de fundações e afins, e o PIB mingua ano, após ano, após ano, será que os portugueses estão a trabalhar menos, a resposta é naturalmente Não!
Como queremos que alguém invista num pais com uma carga fiscal das mais altas da Comunidade Europeia? Quando é que houve um esforço efectivo na melhoria da organização da Justiça, Educação e Saúde?
Onde estão os investimentos (sérios) no Turismo, na Industria, no apoios ás PME's, será que existe mesmo Ministério da Economia e da Inovação?
Protege-se a banca abonando milhões, mas as PME's, que são as geradoras de emprego duradouro e na realidade são quem paga mais impostos, ficam cada vez mais excluídas dentro de “programas” que mais não são mais que balões de oxigénio.
Acredito que a solução passa por um governo com coragem para tomar medidas de médio-longo prazo porque são estas que vão trazer um futuro melhor para as gerações vindouras e não em medidas de ditas “extraordinárias” que mais não são do que colocar dinheiro em cima dos problemas sem beneficio algum para as questões estruturais do pais.


quarta-feira, 22 de julho de 2009

O REI VAI NÚ - II

Caro Pedro Soares,
ao ler as suas palavras inspiradas sinto-me obrigado primeiramente a pedir desculpas, não que tenha sido instigador do sucedido ou mesmo natural de Gavião, ou mesmo ter alguma simpatia pelos envolvidos, mas porque nesta estória houve perdedores e não me estou a referir à “miúda” que fez o paste – copy do vosso cartaz porque não lhe apetecia trabalhar e agora olha com desconfiança qdo os colegas comentam algo nas suas costas, ou ao pai irado que ameaçou o Paulo, os perdedores foram efectivamente os comoDEantes, Grupo de Teatro e todos aqueles que com os seu esforço e dedicação trabalharam para o cartaz e a verdade relativa ou não. Peço desculpa pelo meu único comentário ter sido que “.. O REI VAI NÚ”… pois contrariamente à fábula nesta estória os únicos instigadores foram ócio e a ausência de valores... nada mais!! Aos que trabalharam com esforço no original um grande bem haja….
Um abraço

A CURA E RECIDIVA por Sérgio Deusdado

A Cura e Recidiva um artigo publicado pelo Prof.Doutor Sérgio Deusdado o qual transcrevo, para os mais distraídos Recidiva é a recaida. A remissão completa desta doença que afecta Portugal é possível, para tal à que mudar, mudar politicas, mudar portugal, mas mais importante mudar de intervenientes. O MMS necessita de todos, para que essa mudança ocorra, colabore na remissão deste Portugal.
".... , fico com a sensação de que, seja qual for o PS (com ou sem D) que ganhar as próximas eleições legislativas, Portugal já perdeu. Perder-se-á uma nova legislatura para se provar, uma vez mais, que Portugal funciona pior que os outros países da Europa sejam quais forem as políticas que a cúpula governativa tenta implementar.

Quando os portugueses dizem dos partidos “…são todos iguais…”, querem dizer que as políticas duns e doutros não alteram significativamente o desenvolvimento de Portugal. Tenho para mim que, se atirássemos a moeda ao ar para escolher, a cada quatro anos, entre PS (com ou sem D), os resultados do benchmarking do desenvolvimento actual de Portugal não seriam muito diferentes. Perante os alternantes, dum lado temos um aparelho enorme à espera dos jobs e da acessibilidade do dinheiro público e do outro, temos um enorme aparelho a acotovelar-se pelas nomeações e a posicionar-se onde desaguará o erário público. Se os partidos são gémeos, as clientelas são clones. Quando Portugal se cura de um a recidiva é garantida com o outro.

As pessoas que integram o MMS perceberam, há muito, que o problema principal de Portugal não está relacionado com a cúpula do partido ou da coligação que o governa. O principal problema de Portugal está no ineficiente modelo/sistema de governação com que pretendemos ser mais eficientes. Concorre para agravar esse problema o facto dos partidos do sistema não terem qualquer intenção credível para modernizar o modelo/sistema de governação, nem de abdicar da nefasta partidocracia com que foram corrompendo a democracia. Quando aparece um novo partido a defender o empowerment da sociedade, a profissionalização da gestão pública e a descompor as clientelas partidárias, através de medidas como:

- o fim das nomeações na Administração Pública, substituindo-as por concursos públicos onde o mérito da sociedade possa, por sistema, potenciar o desenvolvimento do país e separar higienicamente os binómios Estado/serviços de Partidos/serviçais;
- a reorganização da estrutura de governo local, reduzindo drasticamente as Instituições políticas locais (actuais Assembleias das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia) para que os executivos camarários se concentrem menos nas lutas políticas e mais em fomentar a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos;
- grupos parlamentares resultantes de eleição nominal e a erradicação da disciplina partidária nas votações da AR;

é de esperar que o sistema intente a bipolarização e passe a imagem de que o problema de Portugal é decidir se Sócrates continua ou se Manuela re-regressa. Os maiores partidos sabem bem que, pior do que perder para o gémeo, é dar azo a que uma nova proposta política se situe no plano da alternativa credível e factível. As clientelas sobrevivem uma ou duas legislaturas à míngua – tal já se provou - mas, uma depende da outra para que a alternância perpétua se mantenha. Cabe aos portugueses que querem, de facto, mudar Portugal votar fora deste sistema, abrindo caminho para uma revolução inteligente e democrática.

O voto mais útil é o que decorre da decisão informada, o voto menos útil é o que se decide pensando exclusivamente na sua utilidade.

Abraço,

Sérgio Deusdado..."




segunda-feira, 20 de julho de 2009

O REI VAI NÚ

Recentemente a propósito da polémica sobre os cartazes da XVIII Mostra de Gavião comentei, desta forma o que me ia na alma ...

“… O REI VAI NÚ!!!”
A frase do conto infantil é também aqui verdadeira, o alegado plágio ocorreu e só os “tontos” apresados em mostrar que não o são é que o negam, os factos são inegáveis:
i) primeiramente, sugiro uma visita ao site da “Festa do Caldo de Quintandona – Lagares - Penafiel, a informação está lá disponivel à distância dum clique….
ii) na 6ª feira à tarde foi retirado do site do município o cartaz da gastronomia, aparecendo apenas os dizeres “XVIII Mostra….”, possivelmente já não houve tempo para a retirada dos cartazes afixados pelas redondezas…..
iii) relativamente à designer autora desta facenha, tenho apenas a dizer que o fruto não caiu longe da àrvore… e que este incidente deve obrigatoriamente reflectir-se na avaliação que o município faz aos seus estagiários, há que separar o trigo do joio …
iv) … se alguém vir as cuecas do rei que grite “O REI VAI NÚ!!” os tontos que gritem “É falso, o Rei vai vestido de CETIM….”, termino, …, pois mais este episódio tem tanto de ridículo como de irresponsável ……

Um abraço